A cultura é o ponto de encontro das relações e interações de um povo. Ela pode se apresentar de diversas formas, como na literatura, festas, crenças, produções audiovisuais etc. Porém, no Brasil, a valorização das culturas expressadas pelos diversos povos em seu território é mínima ou nenhuma.
É notável que grande parte da população brasileira consome pouco ou nenhum material cultural. Isso se deve ao baixo investimento nos setores de produção e manifestação cultural. Além do acesso a muitos desses conteúdos ser expressivamente caro para mais de 80% dos brasileiros que se encontram entre as classes C, D, E, de acordo com uma pesquisa realizada em 2018 pelo FGV Social.
Ademais, vale ressaltar que pouco apreço é demonstrado por manifestações culturais indígenas e afro-brasileiras. Essas culturas, que tanto agregaram e agregam valor à formação da identidade nacional, pouco são queridas ou ensinadas pelos responsáveis ao incentivo e propagação da multiculturalidade e história no país.
Além disso, é necessário que, para que ocorram transformações na sociedade, o incentivo e o acesso às diferentes formas de manifestações culturais aumentem cada vez mais. Para Hebert José de Souza, sociólogo e ativista brasileiro, “Um país não muda pela sua economia, pela sua política e nem mesmo pela sua ciência; muda sim, pela sua cultura”.
Com isso, pode-se perceber que o acesso à cultura é indispensável para a formação identitária de um povo, e necessita do incentivo para a acessibilidade de todas as camadas da sociedade. Para isso, vê-se a necessidade do Governo Federal, executor das leis de incentivo à cultura e suas manifestações, recriar o Ministério da Cultura e, por meio deste, criar programas de apoio a artistas, “bolsas-culturais” que viabilizam o acesso de indivíduos ou famílias a espaços de manifestação cultural, além da criação e manutenção de lonas culturais, teatros, museus, bibliotecas, cinemas e casas de “show”.