A célebre frase de Voltaire; "Eu discordo do que você disse, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo." se opõe ao que vivemos na atualidade. Com a cultura do cancelamento, pessoas são julgadas e condenadas por terem opiniões que divergem dos demais indivíduos. Dessa forma, é fácil perceber as atitudes tirânicas e a inclinação para o mau dos seres humanos.

Durante a ditadura militar, o DIP exercia um controle social sobre os cidadãos. De forma análoga, a cultura do cancelamento perpetua essa ação criando um padrão (inalcançável) de seres humanos que nunca erram. Logo, percebe-se a tirania, visto que o mesmo indivíduo que condena também comete erros.

No obra "O Leviatã", Thomas Hobbes defende a tese que o homem é mau por natureza. De certo, evidenciar o erro do outro pode fazer o indivíduo se sentir melhor diante dos próprios erros. Nesse sentido, é inquestionável que o linchamento virtual tornou-se uma atitude cotidiana, a qual promove, progressivamente, uma censura quase despercebida, contudo, muito preocupante.

Buscando minimizar essa problemática, os internautas poderiam criar ações revertendo o cancelamento levantando hashtags e produzindo vídeos com o objetivo de conscientizar os demais, pois, segundo Sócrates, para se encontrar é preciso pensar por conta própria.