O quinze romance de Raquel de Queiroz expõe a realidade brutal das marcas deixadas pela seca de 1915, representando a realidade social e humana em que o homem luta por sua sobrevivência. No que concerne a isto o cenário contemporâneo não diverte do passado já que fatores como a má utilização e gestão dos recursos hídricos agravam a crise hídrica no Brasil.
Por meio da Constituição Federal de 1988 é de responsabilidade dos governos estaduais gerir a captação e distribuição de água, no entanto por questões demográficas, onde concentram-se as atividades industriais e maior índice populacional as reservas hídricas são escassas. Outrossim é a má utilização das águas, além do desperdício por parte da população, aumento de consumo, a desflorestação irracional é um dos principais agentes pela redução dos índices pluviométricos brasileiros. Em virtude disso, o estado brasileiro pode enfrentar a pior crise hídrica dos últimos anos.
Posto isso, a água deve ser compreendida como um bem econômico e social de domínio público, que requer gestão adequada. O Governo Federal precisa atuar por intermédio do fornecimento de verbas públicas e obras interestaduais, a fim de que toda população tenha acesso a esse bem previsto na Constituição. Além disso, também no âmbito governamental medidas para acabar com o desmatamento devem ser adotadas, como aumento da fiscalização ambiental, fim de subsídios aos desmatadores e fechamento do mercado para madeira de procedência ilegal.
A população precisa trabalhar em conjunto com o Governo racionalizando seu uso hídrico diário, assim, com essas medidas pode-se idealizar um futuro diferente para o Brasil, distante da realidade que Raquel de Queiroz retrata em sua obra.