A aclamada obra cinematográfica "Elefante", escrita por Gus Van Sant, apresenta a perturbadora história de dois adolescentes que decidem fazer um massacre em uma escola de Portland, no estado do Oregon, interior dos Estados Unidos. É indubitável que esta trama sombria encontra reflexos no atual cenário brasileiro, uma vez que a ausência de paz se tornou uma triste realidade cotidiana nas escolas do Brasil. Diante disso, nota-se que a violência nas escolas é um retrato da desigualdade socioeconômica, juntamente com a influência da mídia.

Diante desse cenário, a disparidade socioeconômica é uma causa latente do problema. Nessa perspectiva, o escritor e jornalista inglês George Orwell afirma de forma icônica em seu livro "A Revolução dos Bichos" que “Somos todos iguais, mas alguns são mais iguais do que outros". Sob essa perspectiva, a violência escolar ocorre de maneira frequente em áreas de baixa renda, onde há falta de acesso a serviços básicos como segurança, saúde e educação de qualidade, o que contribui para o surgimento de conflitos e violência nas escolas.

Além disso, outro fator que contribuiu para essa problemática é a influência da mídia. O escritor e educador Demétrio Sena evidencia que "Estamos na idade mídia, com cabeças de idade média. Somos uma geração midieval." Diante desta perspectiva, a influência da mídia contribui de forma significativa para a proliferação do problema, de maneira que as postagens que são feitas acabam por instigar as crianças e adolescentes a imitarem tais ações extremas. Portanto, é inadmissível que as grandes mídias continuem a postar de maneira indiscriminada essas fake news e passem a entender o seu poder de influência.

Dessa forma, diante das desigualdades socioeconômicas, juntamente com a influência da mídia, torna-se imperativo uma intervenção abrangente. Em síntese, é crucial que o Ministério do Trabalho, juntamente com o governo federal, promova a criação de novos empregos por meio da fundação de novas fábricas, impulsionadas por uma maior alocação de recursos proveniente da arrecadação de impostos, para mitigar ou até mesmo eliminar a disparidade socioeconômica. Além disso, os governos estaduais, junto com os grandes veículos de mídia, devem promover campanhas voltadas para a erradicação das fake news. Dessa forma, essas ações coordenadas podem trazer uma realidade diferente da vivida no filme "Elefante".