O filme "Jogador N° 1" narra a história do jovem Wade Watts que vive num futuro distópico e, por preferir a realidade virtual ao mundo real, passa a maior parte do seu tempo entretendo-se com um jogo. Fora da ficção, as crianças do século XXI têm evidenciado a sua preferência quando se trata de entretenimento: a internet. O uso indiscriminado desta ferramenta na infância se torna cada vez mais comum entre a sociedade brasileira. No entanto, existem consequências para tal fato, como o aparecimento e agravamento de problemas de saúde, bem como mudanças de comportamento dentro da internet.

Em primeiro plano, as crianças que utilizam a tecnologia exageradamente vivenciam resultados negativos. A Constituição Federal de 1988 - documento jurídico mais importante do país - prevê em seu artigo 6° o direito à saúde como inerente a todo cidadão brasileiro. Entretanto, a saúde infantil tem sofrido danos devido ao uso inadequado de aparelhos tecnológicos. A prática de exercícios físicos, por exemplo, é muitas vezes esquecida por causa das redes sociais, o que também causa a frequente perda do sono. Por isso, as crianças podem se encontrar no estado de sedentarismo ou obesidade, e agir de modo agressivo durante o dia.

Ademais, diversas crianças costumam mentir sobre a sua idade e compartilhar informações pessoais na internet. Esta ação muitas vezes torna possível que pessoas desconhecidas peçam fotos íntimas ou desejem se encontrar pessoalmente. Além disso, de acordo com a Teoria da Tábula Rosa de John Locke, o ser humano é como uma tela em branco que é preenchida por experiências e influências. Na internet, as pessoas ficam expostas a diferentes tipos de conteúdo, como vídeos, imagens e textos, que podem marcá-las pelo resto da vida. A infância é uma fase de descobrimento e, por isso, as necessidades das crianças podem ser erroneamente saciadas através de imagens na internet que elas, provavelmente, lembrarão com exatidão.

Há de se buscar, portanto, alternativas para garantir o uso equilibrado da internet por crianças. A tríade Estado, escola e mídia deve promover campanhas publicitárias e produzir debates e seminários acerca dos perigos do exagero da tecnologia, através das redes sociais, como Instagram, Facebook e Twitter. Espera-se, com isso, ajudar os pais e seus filhos a evitar os impactos negativos da utilização inadequada da internet. Assim, será possível agir de acordo com a teoria de John Locke, e fazer com que a mente das crianças seja preenchida por experiências saudáveis que serão transmitidas para as próximas gerações.