Segundo a Lei da Inércia, de Newton, a tendência de um corpo é permanecer parado quando nenhuma força é exercida sobre ele. Fora da física, é possível perceber a mesma condição no que concerne ao aumento dos índices de suicídio no Brasil. Nesse sentido, tornam-se evidentes como causas o descaso da mídia, alimentado pela falta de debate causada pelo comodismo.
Convém ressaltar, a princípio, que a negligência midiática é um fator determinante para a persistência da questão. Conforme Pierre Bourdieu, aquilo que foi criado para ser instrumento da democracia não deve ser convertido em mecanismo opressão. Nesse contexto, é notório que os grandes veículos de comunicação, em vez de promover debates que elevem o nível de informação da população sobre a importância da saúde mental, silencia-a, contribuindo para a consolidação do óbice.
Outrossim, a falta de debate ainda é um grande impasse na resolução da problemática. O "Mito da caverna", de Platão, descreve a situação de pessoas que se recusavam a observar a realidade em virtude do medo de sair de sua zona de conforto. Dessa forma, evidencia-se que o silenciamento acerca de assuntos como ansiedade, depressão e suicídio, tem como propulsor o comodismo, uma vez que tais temas são evitados como forma de negar a existência de um problema, o que torna sua resolução ainda mais complexa.
Portanto, indubitavelmente. caminhos são necessários para alterar esse cenário. Faz-se preciso que o MEC, em parceria com canais de comunicação, desenvolvam campanhas de valorização à vida, por meio da criação da #OQueEuTeriaPerdido, com o intuito de reunir relatos de pessoas que desistiram de cometer suicídio. Tais relatos devem ser divulgados nas redes sociais desses órgãos, visando seu alcance a mais pessoas. Afim de elevar o nível de debate e desfazer o tabu em torno do diagnóstico e tratamento de transtornos mentais. Para que, assim, mais cidadão brasileiros sintam-se acolhidos para procurar ajuda psicológica.