Em primeiro plano, convém destacar de que maneira a estrutura política brasileira influi no combate ao preconceito linguístico. De acordo com o conceito de "capital cultural", definido pelo sociólogo francês Pierre Bordieu, a exclusão social pode ser entendida a partir do grau de escolaridade de um indivíduo. Em outras palavras, quanto menor o acesso à educação, maior a discriminação e, consequentemente, maior a possibilidade de marginalização social. Isso ocorre por conta de uma elitização social, ao que se soma um ensino gramatical muitas vezes focado exclusivamente na norma culta padrão, ignorando as variações diastrática e diafásica da língua. Assim sendo, evidencia-se que a incipiência governamental determina não somente uma negligência no alcance das políticas educacionais brasileiras, mas também uma deficiência na estrutura das mesmas.
Em segundo plano, é importante ressaltar os aspectos culturais responsáveis pela manutenção de uma sociedade discriminatória no âmbito da linguagem. Isso ocorre por conta da pluralidade social brasileira, uma vez que a língua é construída pela própria sociedade, o que pode gerar conflitos decorrentes da heterogeneidade da população. Prova disso é a ideia defendida pelo linguista Marcos Bagno, de que, assim como "um mapa múndi não é o mundo, também a gramática não é a língua." Isso significa que a construção lexical ocorre constantemente e cotidianamente, ou seja, a língua pode ser entendida como um organismo vivo, mutável no tempo e no espaço. Assim, as inúmeras variações que derivam da última flor do Lácio - das quais a norma padrão é apenas um exemplo - refletem a diversidade cultural da sociedade, padronizada pela variedade culta da gramática.
Torna-se, portanto, evidente que o combate ao preconceito linguístico no Brasil requer medidas que envolvam tanto a esfera governamental quanto a social. Assim, compete ao Governo Federal, na figura do MEC, ampliar o projeto educacional no âmbito sociocultural. Isso deve ser feito por meio da inserção das variações linguísticas na BNCC, associada às disciplinas de história, sociologia e língua portuguesa, a fim de valorizar o ensino das diversidades brasileiras. Ademais, é de suma importância que as mídias sociais utilizem-se do poder persuasivo que lhes cabe para estender o contato populacional com outros hábitos culturais, além de quebrar os estereótipos de inferioridade por ela mesma transmitidos. Tal ação exige uma maior representatividade das classes discriminadas em novelas, propagandas e programas televisivos em geral. Assim, tornar-se-á possível reestruturar a sociedade contemporânea nos moldes apresentados pelos modernistas, de modo a estabelecer relações entre a norma culta da Língua Portuguesa e suas demais variantes, permitindo uma constante adequação da linguagem no Brasil.
Demonstrar domínio da norma da língua escrita.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
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Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
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