A teoria positivista de Auguste Comte prega a sociedade em paulatina evolução. Não obstante, quando se observa o combate a intolerância religiosa no Brasil, evidencia-se o retrocesso social, refutando a ideia do sociólogo francês. Isso ocasiona ora pela descriminação, ora pela negligência governamental.

Sob esse viés, é importante analisar a descriminação como um impulsionador para a problemática. No conto machadinho "A causa secreta", por meio do personagem Fortunato, há uma abordagem sobre um tema universal: a falta de empatia, evidenciando como a ausência desse caráter prejudica as relações interpessoais e, em especial a atuação adequada contra empecilhos da sociedade. A par desse raciocínio, é exatamente esta a questão: sem uma base sólida, o corpo social não reconhece a dificuldade de combater a intolerância religiosa como episódio grave e urgente.

À vista disso, a impunidade, lamentavelmente, tornou-se uma realidade ao passo que o Estado é omisso, contribuindo para a falta de acesso à justiça. Segundo Oscar Wilde, escritor irlandês, a insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem ou de uma nação. Contudo, isso não ocorre no Brasil, justamente em virtude da negligência governamental em resolver o impasse.

Em suma, é necessário reverter o quadro atual. Para tanto, é dever do poder legislativo por meio da fiscalização, monitorar rigorosamente o cumprimento das atuais leis e desenvolver novas referentes a problemática. Tal projeto será efetivado de maneira a suavizar os efeitos da intolerância religiosa no Brasil. Com a aplicação dessas ações a sociedade civil conseguiria alcançar o dispositivo previsto na Constituição Federal, o qual prevê o bem-estar de todos os cidadãos brasileiros.