Na obra cinematográfica "Bird Box", os personagens usam vendas pois não podem ver as criaturas que assolam o mundo onde vivem. Saindo da ficção, o mercado de trabalho -meio no qual se deve introduzir todo o tipo de pessoa- se mantém de olhos vendados quando o assunto é a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, e as mesmas sofrem com os monstros do preconceito e da negligência estatal.

Diante desse cenário, é válido destacar que o preconceito possui intima relação na dificuldade de inserção das pessoas deficientes no mercado de trabalho. Seguindo a mesma linha cinematográfica, o filme “O Extraordinário”, retrata justamente a discriminação que uma pessoa deficiente enfrenta na sociedade. Isso mostra como a falta de empatia das pessoas gera uma problemática quando se trata do público em questão e por meio disso, implica cada vez mais na inclusão. Dessa forma, tal cenário coloca em evidência a necessidade de descontruir rótulos ligado ao preconceito.

Faz-se oportuno, sob um segundo olhar pontuar o papel coadjuvante exercido pela negligência estatal. Segundo o artigo 3° a Constituição Federal de 1988, é dever do Estado garantir o desenvolvimento nacional, mas isso não ocorre, pois, os PCDs (pessoas com deficiências), não tem seus direitos garantidos, tendo em vista a falta de oportunidade para se ingressarem no mercado de trabalho. Logo, enquanto a omissão estatal for a regra, difícil será a inserção dos deficientes.

Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para garantir o direito de inserção de pessoas deficientes no mercado de trabalho. Nesse fundamento, cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego, órgão responsável por regulamentar e fiscalizar todas as ações referentes ao trabalho no Brasil, incentivar a inclusão dessas pessoas, por meio de parcerias com empresas e ONGs, a fim de introduzir cada vez mais essas pessoas e garantir seus direitos.