De acordo com o filósofo Immanuel Kant, o ser humano é aquele que a educação faz dele. A formação do ser humano no trabalho, como em qualquer outro lugar, se inicia a partir da educação, e do conhecimento amplo sobre assuntos importantes, tanto em seu lar, quando na escola.

A assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1988, foi mais uma das diversas leis que, na prática, não surte tanto efeito como diz na legislatura. Em dezembro de 2020, pleno século XXI, 32 anos após a assinatura da Lei Áurea, vemos no Brasil um caso da libertação de Madalena Gordiano, mais uma mulher negra vivendo em condições escravas desde seus 8 anos de idade. Uma trabalhadora doméstica sem salário e direitos, que vivia em um quarto pequeno e sem ventilação, sendo oprimida e sem visibilidade. Este é só mais um caso.

Após trabalhadores se darem o devido valor, visto que não possuem completa execução de leis trabalhistas que os deem o devido conforto e não possuem autoridades que os enxerguem como deveriam, é propício e acredita-se que nos próximos anos, assim como já vem mudando, haja uma busca pela qualidade de vida, a preocupação com o meio ambiente e vontade de realização pessoal.

Tendo em vista os aspectos observados, concorda-se com o filósofo contratualista Thomas Hobbes, que alega ser dever do Estado assegurar os direitos e bem-estar da população. Isto se aplica ao caso de Madalena Gordiano e diversos outros, essa desumanização é encorajada por um Estado ausente, que ainda engatinha na reparação da enorme dívida que tem com a população negra. Se fossemos ensinados e houvesse o nível de desigualdade social mínimo, não tivesse um abismo social que convivemos, não aceitaríamos tais condições de trabalho, como aceitamos, por necessidade de sobrevivência.