O filósofo brasileiro Raimundo Teixeira Mendes, em 1889, adaptou o lema positivista "Ordem e Progresso não só para a Bandeira Nacional, mas também para a nação que, no contexto hodierno, enfrenta significativos estorvos para o seu desenvolvimento. Lamentavelmente, entre eles, a arquitetura hostil representa uma antitese à máxima do simbolo pátrio, uma vez que tal postura resulta na desordem e no retrocesso do desenvolvimento social. Esse lastimavel panorama é calcado na inoperância estatal e tem como consequência a falta de seguridade para os moradores de rua.

De inicio, há de se constatar a débil ação do Poder Público enquanto mantenedora da problemática. Acerca disso, o filosofo inglés Thomas Hobbes, em seu livro "Leviata", defende a incumbência do Estado em proporcionar meios que auxiliem o progresso da coletividade. As autoridades, contudo, vão de encontro com a ideia de Hobbes, uma vez que possuem um papel inerte em relação ao ambiente urbano desafiador que há de se enfrentar. Esse cenário decorre do fato de que, assim como pontuou o economista norte-americano Murray Rothbard, uma parcela dos representantes governamentais, ao se orientar por um viés individualista e visar a um retorno imediato de capital politico, negligencia a conservação de direitos sociais indispensáveis, como o carecimento de necessidades básicas para essas pessoas. Logo, é notório que a omissão do Estado perpetua a necessidade de conforto dos cidadãos mais carentes no Brasil.

Por conseguinte, engendra-se a escassez de lugares confortáveis e privação de consideração com aqueles que buscam apenas uma vida melhor. Posto isso, de acordo com pesquisas, o número de pessoas em situações de rua aumentou 140% entre 2012 e 2020, chegando a quase 2203 mil pessoas. Diante de tal exposto, a arquitetura hostil serve apenas para aumentar a gentrificação, visando o aumento de riscos para a população de pouca renda. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Depreende se, portanto, que é mister a atuação governamental na dificuldade da arquitetura hostil. Assim, a fim de acabar com o sofrimento futuro, cabe ao Poder Executivo Federal. Somente assim, com a conjuntura de tais ações, os brasileiros verão a progresso referido na Bandeira Nacional Brasileira como uma realidade.