A constituição federal de 1988, documento jurídico mais importante do país, prevê em seu artigo 6°, o direito de moradia como inerente a todo cidadão brasileiro. Conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase na pratica quando se observa o intuito da arquitetura hostil, dificultando, deste modo, a universalização desse direito social tão importante. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro.
Em uma primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater a criação de um ambiente urbano tenso e desagradável, onde as pessoas se sentem indesejadas. Nesse sentido, isso tem potencial de causar um impacto negativo no bem-estar psicólogo dos cidadãos e em sua qualidade de vida. Essa conjuntura, segundo as ideias do filósofo contratualista John Locke, configura-se como uma violação do "contrato social", já que o estado nao cumpre sua função de garantir que os indivíduos desfrutem de direitos indispensáveis, como a moradia, o que infelizmente é evidente em nossa sociedade atual.
Ademais, é fundamental apontar o preconceito social com pessoas em situação de rua como impulsionador da criação de tais ambientes. Segundo o observatório Brasileiro de Políticas Públicas, o Brasil conta com uma população em situação de rua que soma em 215.965 pessoas. Diante de tal exposto, as pessoas de baixa renda não tem acesso a os mesmos espaços daquelas que tem mais condições, vivendo em um constante isolamento social. Logo é inadmissível que esse cenário continue a se perdurar.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso é imprescindível que o governo, por intermédio de ações como a utilização de barreiras físicas e muros que dificultem a entrada em locais proibidos, e ainda assim dando o direito de moradia aos indivíduos que não tem condições com projetos de construções de condomínios ou quartos para essas pessoas. Afim de acabar com a invasão em lugares não autorizados e diminuir a porcentagem de cidadãos nas ruas. Assim, se consolida-ra uma sociedade mais justa, onde o estado desempenha corretamente seu contrato social, tal como afirma John Locke