A constituição federal de 1988, documento jurídico mais importante do país, prevê em seu artigo 6º, o direito a educação como inerente a todo cidadão brasileiro. Conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase na prática quando se observa o analfabetismo Total e Funcional, dificultando, deste modo, a universalização desse direito social tão importante. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro.
Em uma primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater o Analfabetismo. Nesse sentido, é inquestionável a importância do trabalho conjunto entre o governo, professores e pais. Essa conjuntura, segundo as ideias do filósofo contratualista John Locke, configura-se como uma violação do "contrato social", já que o estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, como a educação, o que infelizmente é evidente no país.
Ademais, é fundamental apontar que a persistência do analfabetismo no Brasil é consequência de um ensino básico precário, já que, segundo o Ministério da Educação(MEC), apenas 5% do PIB(Produto Interno Bruto) nacional é destinado ao ensino. Diante de tal exposto, é notório que esse problema juntamente com a evasão escolar dificulta o aumento da alfabetização completa. Logo , é inadmissível que esse cenário continue a perdurar no Brasil.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso é imprescindível um maior investimento do MEC em ensinos básicos, por intermédios de aplicações na leitura, em conteúdos mais complexos e em técnicas de interpretação de textos, que incentive jovens e adultos a se interessar mais pelos estudos e principalmente pela leitura. Assim, se consolidará uma sociedade mais inteligente, onde o estado desempenha corretamente seu "contrato social", tal como afirma John Locke.