A sociedade brasileira possui traços patriarcais oriundos do período colonial e presentes na atualidade. Logo, as mulheres são inseridas em um cenário de longas jornadas de afazeres domésticos, como uma obrigação no papel social. Para elas, o trabalho se estende aos cuidados com o lar, familiares e, muitas vezes, empregos formais. Assim, faz-se necessária a valorização do trabalho de cuidado feminino e a compensação econômica devida.

Sob esse viés, é válido reconhecer a importância do trabalho de cuidado desempenhado por mulheres. Consequentemente, essa valorização surge como o cumprimento do artigo 6º da Constituição Federal de 1988, dos direitos sociais. Sendo assim, as mulheres envolvidas no processo passam a ser vistas na sociedade como peça fundamental na engrenagem familiar e que fomenta o equilíbrio estrutural do próprio lar.

Além disso, o quesito econômico relacionado ao sustento do lar, passa obrigatoriamente pelas mulheres. Elas vivem uma sobrecarga de trabalho para além das horas impostas por leis trabalhistas. É, praticamente, um trabalho ininterrupto que une jornadas exaustivas fora e dentro de casa. Também, é válido salientar que o trabalho de cuidado por vezes inviabiliza a busca por empregos formais, devido à extensa carga horária. No entanto, não há reconhecimento financeiro dos afazeres domésticos de cuidado.

Portanto, fica explícito que o trabalho de cuidado realizado pelas mulheres no Brasil, necessita sair do cenário de invisibilidade. Nesse sentido, o Ministério da Cidadania deve criar mecanismos que melhorem as condições dessas mulheres. Assim, deve-se elaborar e distribuir cartilhas à população, com destaque para a relevância do trabalho de cuidado. Também, é importante que sejam disponibilizados auxílios financeiros para as mulheres que vivem exclusivamente do trabalho de cuidado. Essas medidas tendem a valorizar e dar visibilidade ao papel das mulheres envolvidas no processo.