Aristóteles, grande pensador da antiguidade, defendia a necessidade do conhecimento para a obtenção da plenitude da essência humana e que, para ele, sem a cultura e a sabedoria, nada separa a espécie humana dos outros animais. Em consonância com o pensamento do filósofo, percebe-se o valor da educação como aperfeiçoadora dos seres humanos. No entanto, no que tange a questão do abandono parental no Brasil, nota-se uma insuficiência intelectual e responsável dos pais que compromete, por consequência, a vida de milhões de mães e filhos no país. Gradativamente, esse problema vem ganhando forças, graças à insuficiência legislativa e à deficiência educativa, tornando a imagem do país em triste e preocupant.
A princípio, é lícito retomar o aspecto sobredito quanto à carência por leis mais rígidas nesse caso. Segundo dados divulgados pelo IBGE, cerca de 12 milhões de mães chefiam seus lares sozinhas e, mesmo diante de tal ótica, o Estado não toma providências eficazes para atenuar essa chaga social. Isso ocorre, sobretudo, pela inoperância da Constituição Federal, por exemplo, que assegura que os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos ao longo de sua formação. Consequentemente, muitas mães e crianças, principalmente aqueles de menor renda, sofrem com a reestruturação familiar e com as dificuldades subsequentes como: sobrecarregamento das progenitoras solteiras e na baixa influência paternal na criação dos filhos. Esse contexto de ineficiência das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, de Zygmunt Bauman, que as descreve como presentes na sociedade, mas que não cumprem sua função com eficácia. Destarte, é imperioso que, para a refutação da teoria do sociólogo polonês, essa problemática seja revertida.
Paralelamente ao descaso governamental, vale postular que a falta de educação é outra causa latente do problema. Esse desafio se dá, principalmente, graças à falta de investimentos na área da educação que, atrelados a uma sociedade enraizada por características machistas e a mulher como dona de casa responsável por criar os filhos, contribuem para a formação de pais irresponsáveis e insensíveis com a situação de sua parceira. A par disso, a falta de aplicação de capital no ramo educacional para a formação de uma comunidade mais culta, além de trazer mazelas aos indivíduos ausentes da figura paterna, contraria o pensamento do filósofo Pitágoras, que defende o uso da educação desde cedo para que não seja necessário castigar os homens que, nesse caso, são as mães e filhos. Dessa forma, fica claro o valor e importância do conhecimento na vida das pessoas, e que sua priorização na sociedade atual é imprescindível no combate ao abandono paternal no Brasil.
Portanto, diante dos desafios supracitados, uma intervenção faz-se necessária. Nesse sentido, urge que o Estado trabalhe na inclusão de projetos sociais, que entrarão em vigor por intermédio de ambiente escolares, envolvendo os jovens em atividades educacionais e em brincadeiras lúdicas contando com a participação dos pais ou parentes, a fim de que eles aprendam, desde pequenos, a importância da educação em suas vidas. Por fim, será possível criar uma sociedade mais escolarizada que preze pela formação de suas crianças e, logo menos parecida com os animais citados por Aristóteles, sem cultura e conhecimento.