Na obra ''O Cortiço'', Aluísio Azevedo mostra a precariedade que se encontram as pessoas residentes em subúrbios sem nenhum saneamento básico. Nesse contexto, a situação fora da ficção não é tão discrepante, visto que, por negligência da população e do Estado, esse problema tende a crescer cada vez mais nas cidades brasileiras. Portanto, é importante analisar os fatores que contribuem tal empecilho.
Precipuamente, deve-se destacar a desinformação da população como geradora
dessa problemática. Segundo dados da ''Folha UOL'', menos de 2% do lixo produzido no Brasil é reciclado, deixando claro a gravidade desse cenário. Dessa forma, sem um conhecimento válido acerca do descarte correto do lixo, como também o de reciclar, o aumento de enchente nas cidades começam a ser um grande incômodo para os moradores da região. Sendo assim, a contínua persistência desse problema deve ser combatida.
Ademais, é fulcral ressaltar que a falta de medidas cabíveis pelas autoridades estatais colabora para o acúmulo de lixo nas ruas. O pensador John Locke caracteriza essa atitude como uma ruptura do ''contrato social'', já que o Estado não desenvolve ações efetivas, no que tange ao aprimoramento das coletas seletivas. Desse modo, a incidência de doenças oriundas de um escasso saneamento básico, como a esquistossomose, impacta negativamente a saúde dos cidadãos. Logo, é inaceitável que esse cenário continue a perdurar.
Dessarte, condutas devem ser realizadas para combater esse revés. Para isso, o Governo Federal deve, por meio da mídia, propagar anúncios educativos titulados ''Ruas mais limpas', com o objetivo de mitigar a desinformação da população sobre o descarte de resíduos. Outrossim, o mesmo órgão deve realizar, por meio de contribuições do Ministério da Saúde, coletas seletivas de maior amplitude visando diminuir o lixo nas ruas. Assim, a realidade contada pelo poeta permaneça apenas na ficção.