Diante desse cenário, é válido retomar o aspecto supracitado quanto à mentalidade capitalista presente na problemática em questão. Isso porque, em um sistema movido pela incessante busca pelo lucro — o sistema político-econômico neoliberal difundido no século XXI —, o valor dos indivíduos está diretamente ligado à sua capacidade de contribuir para o desenvolvimento econômico da nação. Nessa lógica, à medida que esse pensamento se enraíza na mentalidade da população brasileira, os idosos passam a ser, infelizmente, vistos como um fardo, uma vez que, por serem frequentemente associados ao conceito de aposentadoria (período no qual o trabalhador se afasta do serviço ativo), cria-se a ideia de que eles não contribuem para o desenvolvimento do país. Nesse sentido, pode-se inferir que a sociedade brasileira ainda não entendeu o apontamento feito pela escritora nigeriana Chimamanda Adichie, pois, embora ela já tenha dito que a rotulação das pessoas através de certas características físicas marcantes seja responsável pela criação de histórias únicas que não representam a realidade, os idosos brasileiros ainda são rotulados, negativamente, com base em sua idade, aumentando o preconceito da população para com eles.
Cabe analisar, ainda, a insuficiência legislativa como outra peça-chave para esse problema. Isso ocorre, porque, embora o Código Penal brasileiro defina o etarismo como um crime, sendo, dessa forma, um ato cabível de pena, a naturalização desse tipo de preconceito no corpo social brasileiro – comumente observado em falas do tipo, “você é muito velho para fazer isso” ou “você parece muito novo para sua idade” – faz com que muitas vítimas não denunciem o ocorrido, o que configura-se como uma chaga que impossibilita a efetivação de tal prerrogativa. Em consonância com essa tese, o filósofo Maquiavel já expôs, desde o século XVI, que mesmo as leis bem ordenadas são impotentes diante dos costumes, constatando como a existência de uma lei, apesar de ser um passo importante no combate a determinado problema, de nada adianta sem uma plena reformulação dos valores e preceitos daquela sociedade.
Fica nítido, portanto, o quão urgente é a resolução desse panorama. Para tanto, o Estado - órgão de maior relevância no âmbito nacional - deve, por meio do Ministério da Educação, desenvolver palestras que abordem a problemática em questão, expondo qualidades frequentemente ofuscadas pelo preconceito, como a experiência e a sabedoria que pode vir com a velhice, a fim de transformar a mentalidade da sociedade em relação aos idosos. Essas palestras deverão ocorrer em todas as escolas nacionais, abrangendo desde o ensino fundamental até o ensino superior, para que, desde cedo, a população aprenda a respeitar e valorizar os mais velhos. Assim, espera-se que a realidade retratada na série “Grey 's Anatomy” deixe de ser um reflexo da sociedade brasileira no que tange ao tratamento dado aos idosos.
Demonstrar domínio da norma da língua escrita.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada