No filme Um Grito de Socorro é retratado a história de Jochem, que põe fim a sua vida após sofrer vários ataques por parte de seus colegas de escola devido sua aparência. Diante dessa perspectiva, podemos relacionar a realidade brasileira com a mesma problemática no que diz respeito ao bullying dentro dos locais de ensino. Nesse sentido, verifica-se um problema grave de contornos específicos que emerge devido ao silenciamento e uma lacuna escolar.
Primeiramente, é preciso salientar que a falta de repercussão é a causa latente do problema. Segundo Focault, na sociedade pós-modena, muitos temas são silenciados para que estruturas de poder sejam mantidas. Sob esse viés podemos observar uma lacuna em torno de debates sobre essas repressões e como este ato pode acarretar doenças como depressão, ansiedade e levar até mesmo ao suicídio.
Paralelamente, a insuficiência nos meios de ensino se torna outra causa da mazela. De acordo com o filósofo Kant, o ser humano é resultado da educação que teve. Nesse sentido, se há um problema social, há como base uma lacuna educacional. No que tange ao bullying, identifica-se uma forte influência nessa causa, uma vez que a escola não tem cumprido seu papel de conscientizar e previnir que tais atos ocorram, visto que não tem trazido esses conteúdos para a sala de aula. Portanto urge a necessidade de maior abordagem à questão.
Dessa forma, uma intervenção faz-necessária. Para isso, é necessário que as redes de ensino juntamente as instituições governamentais, promovam espaços para rodas de conversas e debates sobre a questão no ambiente escolar. Tais eventos podem ocorrer no período do contraturno, contando com a presença de psicólogos e ongs direcionadas as vítimas. Além disso, esses eventos devem ser abertos a comunidade, a fim de que mais pessoas compreendam a importância de se combater o bullying e assim evitar que mais um Jochem desista de sua vida.