A Constituição Federal de 1988, documento jurídico mais importante do país, prevê em seu artigo 6 o direito a saúde, a moradia e a assistência aos desamparados. Porém, tais prerrogativas não tem se reverberado com ênfase na prática quando se observa a invisibilidade social de pessoas em situação de rua. Diante dessa perspectiva, a análise dos fatores que contribuem para essa situação é implacável.
Em princípio, as pessoas em situação de rua são um grupo díspar, isto é, pessoas que vêm de diferentes situações já vivenciadas. Não apenas negros, mas também homens e indivíduos com ensino fundamental incompleto são os grupos predominantes nessa condição. Além disso, o desprezo é uma das principais dificuldades a serem enfrentadas. Muitas pessoas desvalorizam os sem-teto apenas por não possuírem o que é necessário para ser visível na sociedade, como por exemplo um automóvel ou um imóvel. Portanto, ocorre o caso de falta de empatia. Segundo o filósofo alemão Immanuel Kant, a empatia é uma forma de respeito que consiste em tratar as outras pessoas como fins em si mesmos, e não como meios para o próprio interesse. Ou seja, a empatia é uma forma de ética.
A obra musical ''Morador de rua'', do cantor MC Cabelinho, retrata a realidade dos sem-teto que sofrem com a violência, a fome, o abandono, entre outros. Dessa forma, o cantor usa sua voz para denunciar a situação e fazer uma crítica ao sistema que gera essa desigualdade, que é outro exemplo de dificuldade a ser enfrentada.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Estado combata a violência e a violação dos direitos humanos das pessoas em situação de rua, por meio de ações que garantam a proteção, a segurança, a justiça e a cidadania a fim de garantir que tenham acesso aos seus direitos. Assim, se consolidará uma sociedade mais justa e igualitária.