A série Sob Pressão, acompanha o dia-a-dia dos funcionários de um hospital público no subúrbio do Rio de Janeiro, reforçando os inúmeros desafios da profissão. Fora da ficção, o Sistema Único de Saúde (SUS) é extremamente importante, mas pouco valorizado, em decorrência tanto da inoperância estatal, tanto da precariedade nos estruturas físicas dos hospitais e dos equipamentos. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem tal quadro.
Convém ressaltar, a princípio, que a inoperância estatal é um fator determinante para a persistência do problema. Nesse sentido, ocorre quando o responsável por alguma ação age com indiferença ou falta de atenção. Esse contexto, como propõe o sociólogo George Simmel, com o termo “Atitude Blasé", evidencia a omissão diante de uma demanda social importante, já que o SUS proporciona o acesso universal do sistema público de saúde sem discriminação e promove a justiça social. Dessa forma, analisando tais fatos, evidencia-se que a falta de comprometimento do Estado, as lacunas no sistema e o desconhecimento sobre o SUS contribui decisivamente para sua desvalorização.
Além disso, outra dificuldade enfrentada é a questão da precariedade nas estruturas físicas dos hospitais e dos equipamentos. A insuficiência das instalações hospitalares e dos equipamentos, coloca em risco a saúde dos pacientes e inviabiliza a continuidade de procedimentos em andamento, desrespeitando a dignidade humana nessas circunstâncias. Contudo, o Programa Mais Médicos, lançado em 2013, prevê mais investimentos para construção e ampliação das unidades de atendimento, além de criar condições para garantir um atendimento qualificado, cenário que não tem se reverberado na prática. Logo, urge o cumprimento efetivo das políticas voltadas para a saúde, colaborando com a relevância do SUS.
Depreende-se, portanto, a adoção de medidas que venham conter a desvalorização do Sistema
Único de saúde. Dessa maneira, cabe ao Mistério da Saúde, em consonância com o Poder Executivo, o compromisso diante do sistema público de saúde, por meio de reformas tributárias e fiscais, a fim de reduzir as lacunas no sistema e promover a justiça social. Paralelamente, a Secretaria Municipal de Saúde deve aplicar seguramente os recursos repassados pela União, com fito de garantir o atendimento pleno de sua população e resultar em mais segurança. Feito isso, a sociedade caminhará para a completude da democracia social.