No discurso feito durante a promulgação da Constituição Federal de 1988, o deputado federal Ulysses Guimarães ressaltou a importância da Carta Magna para assegurar à população os seus direitos básicos. Contudo, no atual cenário, percebe-se a deturpação das premissas constitucionais, uma vez que a falta de vacinação representa um obstáculo para a garantia de acesso à segurança de saúde. Dessa forma, cabe analisar os alicerces que sustentam a problemática, a saber, a negligência governamental e a falta de investimento na área da saúde.
Diante desse cenário, é oportuno afirmar que a negligência do governo potencializa a falta de vacinação. Acerca disso, o filósofo inglês Thomas Hobbes afirma que é dever do Estado promover meios com vistas ao progresso de toda a coletividade. No entanto, tal pensamento vai de encontro à postura das autoridades brasileiras, as quais não criam políticas públicas concretas que garantam atendimento ideal e gratuito. Por conseguinte, gera uma grande demanda de pessoas com graves doenças. Desse modo, não é justo que a máquina pública mantenha um papel inerte diante dessa grave realidade.
Além disso, falta de investimento é outra causa do revés. Sob a perspectiva do sociólogo brasileiro Betinho, o desenvolvimento humano só vai ser efetivado quando a sociedade civil afirmar alguns pontos cruciais, como participação. Todavia, esses princípios não são amplamente seguidos no Brasil, dado que a sociedade ainda sofre com a falta de investimento do governo na área da saúde, o que compromete a vida de muitas pessoas que não tem condições. É preciso, assim, desconstruir essa mentalidade apática.
Portanto, é preciso superar a falta de vacina no Brasil. Dessa forma, cabe ao ministério público por meio de maiores investimentos, com o intuito de melhorar o setor da saúde pública.