Escrito por George Orwell, “A revolução dos bichos” retrata a vida de animais de fazenda, que se rebelaram contra seu dono e passaram a controlar seu próprio trabalho. No entanto, os porcos, considerados mais inteligentes e capazes de liderar, começam a apropriar-se e controlar esforços dos demais conforme suas vontades. Fora da literatura inglesa, a sociedade pós-revolução industrial funciona da mesma forma problemática, ou seja, a burguesia explora os proletariados por meio tomada da mais-valia e da alienação.
Em primeira análise, os detentores dos meios de produção conseguem lucro sobre a classe trabalhadora ao criar um mito de que os salários que recebem são proporcionais aos exercícios realizados. Tal abuso é observado durante as revoluções industriais, os proletários exerciam seus ofícios em ambientes insalubres por longas jornadas sem intervalos, benefícios e pagamentos adequados, assim como no livro de George Orwell. De maneira semelhante, no mundo globalizado contemporâneo, diversos direitos são negados em prol das exigências políticas e econômicas da casta dominante.
Sob essa perspectiva, a expropriação também ocorre através de um mecanismo em que o trabalhador deixa de reconhecer os resultados de seu serviço, de maneira que só possa acessá-los via mercado. Essa configuração extorsiva e consumista teve início com Henry Ford, que, ao desenvolver o Fordismo, distanciou a consciência do funcionário da tarefa exercida para assim conseguir maior lucratividade em menos tempo. Dessa forma, a alienação tem como consequência a manutenção do status quo, que força essa relação de subordinação das minorias a um sistema desigual.
Portanto, tendo em vista os fatos apresentados, fica evidente a necessidade de uma reforma social capaz de resolver esse entrave. Para isso, é dever do Ministério Público do Trabalho – responsável pelas questões relacionadas ao trabalho – responder às mudanças reivindicadas pelos sindicatos, por meio de uma revisão da legislação trabalhista, a fim de atender os interesses dos trabalhadores. Paralelamente, o Estado - principal promotor da harmonia social – é responsável por fiscalizar e apurar os casos de expropriação, através dos oficias de justiça, para garantir os direitos do proletariado.