"Não há nada de tão absurdo que o hábito não torne aceitável". A afirmação atribuída ao estadista romano Cícero representa claramente que apesar da diversificação de fontes energéticas garantir o desenvolvimento sustentável, essa realidade não é aplicada, uma vez que é justamente a naturalidade com que a sociedade se habitua diante a essa problemática que a cristaliza como aceitável no corpo social brasileiro. Assim, torna-se evidente que a origem dessa vicissitude se concentra na mentalidade capitalista. Nesse sentido, não só a comercialização natural como também o imediatismo capital empresarial aprofunda essa situação descrita.

Dessa forma, a comercialização natural gera a não aplicação da diversificação de fontes energéticas para garantir o desenvolvimento sustentável. Essa situação acontece pois um dos maiores meios de se concentrar energia é através da natureza, porém, está alternativa se tornou altamente capitalizada e com preços abusivos por ser algo auto-sustentavel, estando nas mãos apenas de altas classes sociais. Como consequência disso, a diversificação de fontes energéticas fica altamente exclusiva à uma minoria populacional capaz de investir no mesmo. Exemplo disso são as placas solares residenciais, que são fontes de energia inacabáveis e de forma gratuita, porém a sua instalação e funcionamento não convém para a grande parte populacional.

Além disso, o imediatismo capital empresarial gera a não aplicação de fontes energéticas para garantir o desenvolvimento sustentável. Isso ocorre porque as poucas empresas capazes de diversificar as fontes energéticas buscam formas imediatas de garantir o lucro capital no meio do âmbito capitalista, deixando de lado possíveis inovações energéticas pelo fato do grande tempo para ocorrer a adaptacao populacional e uma possível falha comercial, visando outros métodos capitalizados. Decorrência dessa situação é a dependência de poucas alternativas energéticas para a sustentação populacional. Ilustração desse processo é o Brasil, um país de nível continental apenas obter 2 usinas nucleares em funcionamento, enquanto a França, um país muito menor do que o Brasil no sentido territorial e populacional, faz uso de 18 usinas nucleares em seu território, evidenciando os interesses empresariais no território brasileiro

Diante do exposto, é necessário perceber que a não aplicação de fontes energéticas para garantir o desenvolvimento sustentável é fruto inegável da mentalidade capitalista. Para solucionar essa problemática, o Governo Federal deve criar o Plano Nacional de Inserção Energética, que proponha ao Congresso a elaboração de leis que contribuam para uma democratização de energias auto-sustentáveis, diminuindo os impostos de produtos que possam efetuar tal serviço, para que os indivíduos tenham várias alternativas de serviços energéticos. Além disso, o Plano deve conter um fundo Nacional, que forneça incentivos fiscais para auxiliar na construção de mais usinas nucleares, a fim de que tenha uma grande massa energética destruída pelo país e que não dependesse totalmente de âmbitos empresariais. Nesse sentido, a partir de tais medidas é possível que a afirmação de Cícero esteja equivocada.