A atriz Emma Watson uma vez postou, em seu Instagram, uma imagem a favor do movimento "Black Lives Matter". No entanto, a foto divulgada continha uma moldura branca e isso revoltou alguns usuários da rede social, que resolveram "cancelar" a atriz imediatamente. Contudo, esse é apenas um dos milhares de casos que exemplificam a cultura do cancelamento, uma ação usada para expressar o descontentamento dos internautas em relação a algum comentário ou ação. Porém, muitas pessoas não compreendem os motivos da ação julgada e as consequências que esse julgamento pode causar aos "cancelados". E, para o bem de todos, essa situação precisa mudar.
A frase do sociólogo Durkheim que diz que "o indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido", aplica-se sabiamente no tema da cultura do cancelamento, já que muitos dos “canceladores” criticam ações de terceiros sem saber o que as motivou. Como exemplo, tem-se novamente o caso de Emma Watson, quando, depois de perceber que tinha sido "cancelada", a atriz explicou que postou a foto com moldura branca apenas para combinar com o visual de seu feed, e não para ofender alguém.
O cancelamento também pode acarretar consequências negativas como, por exemplo, danos psicológicos causados no "cancelado", já que ele pode se sentir excluído e, diante de tantas críticas, desenvolver transtornos mentais como a depressão e a ansiedade, que podem ser tão graves a ponto de levar o indivíduo à morte.
Assim sendo, é evidente que a cultura do cancelamento configura-se como um problema que precisa ser resolvido. Portanto, para que isso seja feito, as redes sociais devem criar programas de denúncia aos “canceladores” e, a partir disso, aprovar a desativação de suas contas. Além disso, as mídias brasileiras devem, através dos meios de comunicação, elaborar campanhas de divulgação das consequências do cancelamento, a fim de alertar sobre a gravidade do problema. Somente assim, essa questão será minimizada no país.