Durante o processo gerado na Revolução Técnico-Científico-Informacional iniciado na segunda metade do século XX, a forma de trabalho braçal que antes era necessária na manufatura transformou-se em um exercício intelectual, fator o qual está relacionado diretamente a conhecimentos científicos fundamentados por meio da leitura. Em contrapartida, com os avanços tecnológicos proporcionados por este processo, nota-se que grande parte da população deixou o hábito da leitura para adotar meios de entretenimento como mídias sociais, televisão e internet, os quais bombardeiam seus usuários com informações consideradas por muitas vezes inválidas. Portanto, é necessária uma mudança desse cenário, visto que, a leitura é fundamental na formação de um ser.
No período contemporâneo, a leitura faz-se presente no progresso da sociedade ao passo que a mesma capacita o cidadão, ao torná-lo ciente de sua cultura, direitos e deveres, o que o possibilita construir a história e também a sua formação social. Outrossim, no filme “Sociedade dos Poetas Mortos” roteirizado por Peter Weir, é relatada a vida do professor John Keating que, ao entrar na Academia Welton, decide impor ideias a partir de suas aulas, nas quais apoia a literatura e a poesia. Por conseguinte, essa atitude desperta em seus alunos interesse na aprendizagem e na leitura, o que os auxilia no desenvolvimento de pensamentos críticos e autônomos.
Todavia, a realidade encontrada no Brasil é divergente à apresentada na película, uma vez que o número do analfabetismo funcional cresce em todo o país.
Evidentemente, a tecnologia em geral está relacionada a fins improdutivos, como redes sociais, jogos online, streaming (transmissão) de filmes e vídeos, entre outros. Entretanto, as ferramentas digitais também oferecem conteúdos de caráter educativo e literário com mais acessibilidade, como o Ebook (livro digital), instrumento que proporciona o mesmo conteúdo de um livro físico, porém, com preço reduzido. Além disso, a internet promove ambientes favoráveis a interações sociais, uma vez que a distância entre os usuários deixa de ser um fator impeditivo para a comunicação. Esse forte vínculo entre os cidadãos de uma sociedade proporcionado pelo mundo digital é essencial para que a educação e a leitura seja efetiva, argumento esse defendido pelo educador brasileiro Paulo Freire, ao afirmar que “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.
Desse modo, visto a falta de incentivo à leitura no âmbito escolar e familiar, faz-se necessário a intervenção do Ministério da Educação em parceria com Organizações não Governamentais para a realização de projetos de doações de livros físicos e digitais de gêneros diversos, voltada a instituições de ensino de todo o país, a fim de despertar o interesse dos alunos e estimular o hábito da leitura. Além disso, é essencial a participação da mídia, ao impulsionar campanhas de estímulo, mediante à ações que abordem a importância da leitura na formação básica do indivíduo de forma a conscientizar toda a sociedade.