No filme “A Família Do Futuro”, lançado em 2007 pela Disney, o protagonista é um pré-adolescente órfão que não consegue ser adotado por ser velho demais e por não agradar nenhum dos possíveis pais adotivos que encontra. Cansado da rejeição, ele cria uma máquina capaz de reproduzir imagens já passadas para poder ver o rosto de sua mãe no dia em que o abandonou e assim poder procurá-la.
Tal como o personagem desse filme, a maioria das crianças e adolescentes que se encontram em um abrigo dificilmente virão a conseguir realizar seu sonho, visto que a maioria dos pais quer crianças brancas, menores de quatro anos, saudáveis e sem irmãos, o oposto da realidade desses jovens, visto que de acordo com o Conselho Nacional de Justiça há mais de mil jovens com mais de dezesseis anos disponíveis e menos de 500 crianças até cinco anos de idade.
Ademais, estar apto a adotar uma criança leva tempo. É preciso passar por um longo processo que envolve não só avaliações psicológicas como também comprovação de segurança financeira, realização de curso para preparação dos pais adotivos e além disso é preciso a aprovação de um juiz para entrar na fila de adoção, o que pode demorar meses.
Portanto, para finalmente abolir essa triste realidade dos jovens sem família no Brasil, é dever do Estado estimular através de campanhas e projetos sociais o interesse em adotar filhos de todas as cores e idades, dando preferência aos que mais precisam de acolhimento, como por exemplo crianças com problemas de saúde. Adicionalmente, vale também ressaltar a importância de reduzir o tempo de espera para entrar na fila, de modo que evitemos assim que personagens como o descrito no primeiro parágrafo continuem representando tantas pessoas na vida real.